quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Amsterdam: como os espaços abertos para a população foram ganhos ao longo de quatro décadas...

Na última vez que ficamos em Amsterdam, a Helena ainda não era nascida, chegamos num dia de neve para visitar minha irmã quando ela ainda morava lá. Esta é a vista do edifício dela, as vias que se vê junto aos diques são para pessoas e bicicletas. Observem que existe espaço para carros, mas é menor e menos importante.

Quem conhece Amsterdam a reconhece por espaços abertos para população, muitas bicicletas, que tem prioridade no trânsito, seus "trams", enfim, por uma cultura em que o automóvel já não é mais o centro de tudo. Mas não foi sempre assim.

O vídeo acima mostra exatamente como começou essa transformação toda: uma cidade densa, com  apenas ruas para as crianças brincarem, mas que estão entupidas de carros. Então, da necessidade urgente de espaços abertos, começa a ver que as cidades são para as pessoas, não para automóveis.

Ainda estamos longe disso por aqui, sei disso, recentemente quase que meus filhos foram atropelados em cima da calçada por uma moto que resolveu "escapar" do congestionamento, preciso desviar constantemente de carros estacionados nos passeios, ou seja, mesmo quase todo nosso espaço seja destinado aos veículos, ainda assim, o pouco que sobra para pessoas é constantemente invadido.

Mas é interessante saber que há quatro décadas, cidades que hoje são referência, como Amsterdam e Copenhagen, tinham os mesmos problemas, ou seja, podemos mudar também, mas precisamos ter essa visão de médio, longo,  prazo (não é rápido) e a coragem de enfrentar o problema e dizer: menos espaços para carros.


Claro, sempre teremos os argumentos que não dá pra andar de bicicleta no frio, ou em cidades que tem relevo acidentado. Mas o que os alunos do Urbano Projeto 4 vão descobrindo enquanto pesquisam cidades que vem mudando nas últimas décadas é que nem frio nem relevo é um problema quando se quer construir "cidades para as pessoas", como diz Jan Ghel.

No mesmo dia fomos todos de bicicleta até um grande parque, com três crianças pequenas, neve e frio, porque não?
Além de privilegiar as bicicletas, pessoas e transporte coletivo, Amsterdam investiu pesado em grandes parques e requalificação de peaças e qualquer espaço aberto que houvesse, equipando-os para que a população, independente da sua classe social, possa usar a cidade, conhecer os diversos bairros, conhecer uns aos outros, dar o sentido de "cidadão" a sua população.

Olhem a turminha aí na maior diversão. No fundo uma galeria de  arte que fica no parque, e assim como outras estruturas, como cafés, funcionam no inverno e além do uso específico, também se usa para se aquecer quando se está há muito tempo na rua. 
Amsterdam está longe se ser perfeita, mas já andou um bom caminho no que diz respeito a valorizar sua população. E como vimos no vídeo, há quarenta anos era como nossas cidades, todo espaço destinado para os automóveis.

Os grandes estacionamentos de bicicletas por toda Amsterdam. Olha a minha mana com minha esposa e sobrinhos em mas um passeio de "bike" pela cidade...

Curiosamente, hoje as bicicletas são um problema para cidade, pois tudo em excesso é ruim, e o uso intensivo, e priorização, da bicicleta lá faz com que ela, hoje, ocupe espaço demais, cause problemas pelo seu descarte inadequado, entre outros. Amsterdam anda vendo como resolver isso, mas esperem chegar no Urbano 4 para descobrir.


Hoje as bicicletas tem se tornado um problema para cidade: tudo em excesso é ruim...

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