 |
Um conjunto de serviços conectados a uma estação de metrô com praças e comércio em vários níveis e tudo fala com você. Bem vindo ao futuro. |
É dificil descrever uma cidade como Tóquio, como acho que será difícil viver uma experiência como a de ter ido lá. Bem, primeiro porque se tem que viajar até o Japão, ou seja, atravessar o mundo, e isso leva algum tempo mesmo de avião. Porto Alegre - Guarulhos (Brasil), Johannesburgo (África do Sul) onde passamos o dia e pude visitar a cidade, Hong Kong (China) onde passamos um dia na volta e deu para conhecer também, e, finalmente, Tóquio, a metrópole do amanhã. (Não vou entrar no fato de que lá, no Japão, aconteceu algo memorável: o Inter derrotou o Barcelona e foi Campeão do Mundo. Eu estava lá e vi, é verdade, mas, vamos deixar isso de lado até porque hoje a situação do Colorado é bem, mas bem diferente...)
Bem, Tóquio impressiona... não, não só Tóquio, o Japão impressiona, do momento da chegada até a hora de ir embora, mas vamos ficar com Tóquio para não fugir a idéia da enquete... enfim, vou o contar o primeiro dia lá cheio de lições que deveríamos aprender e imagens que não consigo esquecer.
 |
A linha de trem passando a frente do prédio de serviços. Percebam a qualidade na resolução da edificação, os japoneses são muito meticulosos, tudo é muito bem feito. Além, tem uma qualidade estética ancestral. |
Lição número um: civilidade e respeito mesmo quando se está sozinho.
Chegamos ao aeroporto, traslado para o hotel, de luxo, numa área recém ocupada apenas com grandes edificações de serviço e hotelaria - show - acertei a divisão do espaço com meu companheiro de quarto, um senhor de mais de 60 anos que foi lá ver seu glorioso colorado ser campeão - epa, desculpa, não falo mas nisso, prometo - olhei o relógio, 21h, não tive dúvidas: tirei o tênis, coloquei a bota, pois devia estar perto de zero graus ou menos, casacão clássico pro frio e pé na rua, tô nem aí pros dois dias de viajem.
Enfim, desço até a recepção sem a menor idéia para onde ir, decido a direção, olho o mapa para não me perder (pessoal, a turma lá tem mania de escrever tudo em japonês, até os nomes das ruas, assim é melhor garantir...) e saio. Como era domingo e o bairro é de serviços, como disse, a essa hora não tinha uma viva alma na rua ou carros passando, mesmo.
Cheguei na calçada para atravessar e tinha dois senhores japoneses lá parados conversando (em japonês, não dava pra entender nada, assim, não me perguntem o assunto) e a sinaleira estava aberta para os carros mas não tinha nenhum carro vindo ou sequer com esperança de vir... tudo vazio. E os dois conversando no passeio, na frente da faixa de pedestres. Pensei eu: "ah, tão conversando, vou atravessar, normal né..." e quando ameaço partir percebo que eles me olham com aquela cara de "esses ocidentais são todos iguais..." resolvo parar e voltar.
Passa mais uns 30 seg, eu sem jeito, mas parado, e fecha a sinaleira para os carros, (e não apareceu nenhum ainda) abre para os pedestres e dois abrem um sorriso e seguem, como dizendo "agora sim, podes atravessar."
Gente, por isso, e por outras coisas, que entendo porque essa nação de totalmente devastada ao final da Segunda Guerra, em 30 anos já era uma das maiores potências do mundo. Que disciplina, que educação.
Imagem número um: a cidade do amanhã.
 |
Olhem que maravilha de arquitetura neste acesso... Mies está feliz em seu túmulo. Esse pilares, a medida que escurece tem monitores que não se percebe e, então, acendem e passam informações, propagandas, etc., sempre que se aproxima. |
Depois da lição noturna, no outro dia dei uma enorme volta em Tóquio que acabou em uma das primeiras imagens que guardo de lá. A cidade, enquanto a noite vai descendo, começa a se acender, de verdade... os pilares dos prédios e placas tem monitores incorporados, há vidros inteligentes por todos os lados (depois vou fazer um poste sobre "vidros inteligentes") que começam a ligar, e tudo fala com você, através de sensores. É uma sensação muito maluca. Você está andando, passa perto de um pilar e aparece uma japonesa que lhe diz algo, mais adiante, chegando a estação de metrô, as informações vão sendo passadas assim... em me senti como nas "minhas viagens" de como um dia seria o futuro, quando era criança.
 |
A cidade acende de noite... |
Mais, a cidade é construída em cima dela mesma, assim, tem os passeios na rua, mas logo acima, os prédios constroem passeios entre eles, para conectar mais rápido, com praças e lojas; então se passa o metrô por ali, isso, pelo meio do prédio, e com todo esse movimento já no terceiro andar da cidade, por que não colocar uma loja da Louis Vuitton ou da Apple? Claro, eles colocam. Aí você segue nessa "Esmeraldina" (aquela cidade cheia de caminhos do Ítalo Calvino no seu clássico As Cidade Invisíveis) do futuro e dá de frente com um cemitério, um templo, um recanto de tranquilidade... passado e futuro, tudo junto reunido e agora.
 |
O acesso do Forum... quer mais, vote em Tóquio! |
No fim desse dia cheguei ao Forum Internacional e Tóquio, do grande Arq. Rafael Viñoles. Para variar, a calçada acendia e tudo falava comigo, nesse caso, podia pedir até em português!
Aproveitem as fotos, isso só foi o primeiro dia... quer mais? Vote na enquete, Tóquio está encostando em Amsterdam. Ou prefere esperar e conhecer melhor Copenhagen?
|
Próxima parada: a capital do país dos vikings - Copenhagen. Você sabe aquele sensação que acontece quando você visita uma cidade e parece estar em casa, mais, que na verdade você deveria ter nascido ali. Pois é, com Copenhagen foi assim, foi difícil dizer até mais, a vontade era de ficar para sempre.
|