Minha esposa e eu chegamos a Copenhagen após passar o Ano Novo em Amsterdam na casa da minha irmã. Sempre sonhei em conhecer um país nórdico, os viking fazem parte do meu imaginário desde criança pequena. Assim, a expectativa era grande, aumentando as chances de decepção. Mas não... nã na nã na não... a capital do reino dinamarquês supera qualquer expectativa, é a cidade mais legal que já fui, (superou todas outras, e algumas que considerava imbatíveis) Copenhagen parece perfeita. Para mim, é claro.
O relógio da estação diz tudo: não precisa ostentar "superioridade" tecnológica, cultural, econômica e social, as linhas precisas mostram isso sem ser brega ou exagerado. Parabéns aos vikings! |
Ficamos numa pousada muito simples - sofisticada num prédio que devia ser do séc. XVIII adaptado as necessidades e tecnologia atual, como tudo lá. A senhoria, uma enorme mulher da minha altura, porém bem mais larga, nos recebe com grande simpatia... mostra o quarto, a cozinha onde podemos pegar o que quisermos - ou trazer coisas que compramos e estocar ali - e o estar. Ou seja, a cerimônia necessária para que não nos sintamos perdidos e não exagerada para não nos sentirmos incomodados. Ou seja, diferente de outros lugares, não sinto aquela tradicional arrogância europeia, e isso se confirma no resto da estada, nos vários lugares que fomos. Enfim, após nos alojarmos, bati um longo papo com ela, fato que se tornou cotidiano todos as manhãs e fins de tardes.
A senhoria da pousada que ficamos nos disse, bem alegre, que estávamos com sorte pois teríamos um dia quente... e ela tinha razão! |
As escadarias - arquibancadas na beira do canal que corta a cidade fazem uma interface muito agradável. |
A sofisticação de sempre ao resolver a transição dos passeios na beira do canal para as edificações. |
Uma das paradas obrigatórias foi no "Diamante Negro", como é chamada a Biblioteca Universitária de Copenhagen, parte da Biblioteca Real, um prédio inusitado, cortado pela avenida, que liga o rio a um antigo prédio, que guarda o Museu Real. O espaço interno e tão intenso como a forma externa, com um café de primeira e uma livraria que passaria dias lá folheando tanto livro interessante. Enfim, o professor aqui não tem muita grana, então, apenas um café para esquentar e pé na rua.
Saímos e ficamos admirando um conjunto de escritórios e docas do outro lado do canal... que bela resolução de paisagem urbana: rio + edificações contemporâneas + igreja secular em harmonia na mesma foto. E imagens assim foram se seguindo por toda orla. Um dia e tanto. E isso não era nem o começo, Copenhagen tinha muito mais para explorar.
As passarelas que unem as duas partes do "Diamante Negro"... |
Seguimos de volta para a pousada, e nos setores mais antigos, um espetáculo de janelas e portas, em edificações que fazem aquele fundo perfeito para o espaço público, como é comum em cidades tradicionais. Mas como disse, diferente de outros lugares, não é opressivo ou esnobe, são ruas belas e simples, com cafés, lojas, lojinhas, magazines, bares, hotéis, pequenos teatros, escritórios, centros de cultura, escolas, edificações públicas, enfim, não parece um cenário para impressionar, mas uma cidade para viver bem, com sofisticação e simplicidade. Eu ficaria por lá não fosse meus queridos alunos que tanto estimo aqui (neste não tão frio, mas que se passa mais frio) Rio Grande do Sul. Ficaria mesmo.
Passado e futuro, simplicidade e sofisticação, metrópole e província se encontram numa cidade que parece perfeita... |
Mais de Copenhagen - tem até um excelente museu da Zara Hadid - participe votando...
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